Uma reflexão a mais: A importância de se construir as hidrelétricas na Amazônia

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Nicias Ribeiro, Especialista em Energias, é Articulista e Engenheiro Eletrônico.

 

BELÉM DO PARÁ [ ABN NEWS ] — A primeira quinzena de 2015 se foi. E no seu decorrer veio a público os indicadores econômicos de 2014, que, aliás, não foram nada bons, a começar pelo crescimento da nossa economia que foi praticamente zero. A dívida pública que, em 2002, era de R$ 600 bilhões, graças a União ter absorvido as dividas dos Estados Federados, chegou a mais de R$ 2,3 trilhões, equivalente a 63% do PIB (Produto Interno Bruto), que é tudo que a Nação produz. A inflação oficial foi de 6,48%, portanto acima do centro da meta, que é de 4,5%, fato que, aliás, se repetiu nos quatro anos do Governo Dilma. O superávit primário, que é aquele dinheiro reservado para pagar os juros da dívida pública, previsto na LDO e que deveria ser de 2%, foi de apenas 0,3% do PIB. Os juros do Banco Central chegaram a 11,75%, com reflexos na dívida pública e nos juros do cheque especial e dos cartões de credito, que são de 200% e 183%, respectivamente. E dizem, os especialistas, que vão aumentar ainda mais. Isto sem falar no aumento dos combustíveis e de impostos.

Quanto à energia elétrica, lembremos que em maio de 2012 o Governo anunciou a redução da tarifa em 20%, fato que, aliás, tratamos no artigo “Os Custos e o Preço da Energia”, publicado neste espaço em 23/05/2012, e, outra vez, no artigo “Artificialismo”, publicado em 01/05/2013, após a edição da Medida Provisória 579.

Mas, eis que as chuvas não caíram na intensidade esperada e os reservatórios das hidrelétricas não encheram o suficiente, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste, o que levou o Operador Nacional do Sistema (ONS) a acionar as Termoelétricas, para atender a demanda de energia elétrica. Contudo, as termoelétricas passaram a funcionar diuturnamente. E, por serem à óleo diesel, geraram uma energia cara, aliás, muito mais cara que a gerada pelas hidrelétricas. E isso criou um rombo nas contas do setor elétrico.

No primeiro momento o rombo foi de R$ 11 bilhões e o Tesouro Nacional assumiu tudo. Todavia, o rombo era muito maior e o Tesouro não tinha como cobri-lo. Ai os Bancos oficiais emprestaram dinheiro às distribuidoras, para cobrir outra parte do rombo. Mas, alguém teria que pagar essa conta. Sobrou pra nós, os consumidores. E a conta de luz que deveria ser reduzida em 20%, terá um aumento de 40%.

Porém, o governo não quer nem ouvir falar em racionamento. Daí sugerir que a população deva “racionalizar” o uso de energia, economizando-a. Por isso criou as tais bandeiras na conta de luz. A verde, a amarela e a vermelha, que indica o acionamento das termoelétricas, por falta d’água. Ora, todos sabem que não está chovendo o suficiente, para encher os reservatórios de acumulação das hidrelétricas do Sudeste e da calha do Rio São Francisco, o que significa que as termoelétricas continuarão em operação e, por óbvio, as contas de luz virão com a bandeira vermelha. E mais cara.

Mas, em meio a tudo isso, perguntamos: cadê aquele pessoal que se diz defensor do meio ambiente e que fizeram de tudo para retardar, ao máximo, o inicio das obras de Belo Monte? Será que, ainda, são contrários a construção de hidrelétricas na Amazônia? Era isso mesmo que queriam? Lançar na atmosfera mais de cinco milhões de toneladas de CO2, aumentando mais, ainda, o aquecimento global e levando às alturas a tarifa da energia elétrica?…

Infelizmente, “o justo paga pelo pecador”!… Se Belo Monte tivesse entrado em operação, há pelo menos 5 anos, por certo não estaríamos padecendo com a falta d’água nas hidrelétricas do Sudeste, uma vez que Belo Monte, mesmo sendo a fio d’água, mandaria os seus 11.233 Mwatts para lá, de dezembro a junho, o que permitiria a economia de água nos reservatórios daquelas hidrelétricas, uma vez que as suas máquinas poderiam ser paralisadas. Essa é a verdadeira importância de Belo Monte para o Sistema Interligado Nacional. Permitir que, no inverno amazônico, seja economizado água nos reservatórios de Itaipu e nas demais hidrelétricas do Sudeste e do Nordeste do País, para usá-la na estiagem.

É certo que a falta d’água do Sudeste, somado a intervenção do Governo e a má gestão, levaram-nos a essa situação. E que isso leve as pessoas a enxergar, a importância de se construir as hidrelétricas na Amazônia.

 


 

 

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